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JUEVES, MAYO, 12, 2011 | 9:53
 
Crescimento da construção civil deve superar média nacional
 
O segmento da construção civil deverá crescer entre 8% e 10% este ano no Estado, superando a média nacional, que espera crescimento de 6% em relação ao ano passado. No Tocantins, o boom do setor começa a ser sentido de fato a partir deste mês, com o fim do período chuvoso e início da estiagem, que deverá continuar até novembro.

De acordo com Sindicato das Indústrias da Construção Civil do Estado do Tocantins (Sinduscon), esse crescimento se baseia em vários fatores. O primeiro e mais importante é o investimento público direto, resultantes das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e do Minha Casa, Minha Vida, que abrangem as áreas infraestrurura, e habitacional.

De acordo com presidente da entidade patronal, Luciano de Carvalho Rocha, um dos reflexos diretos desses investimentos é a geração de emprego e renda, o que cria uma espécie de "círculo virtuoso", já que mais emprego e mais renda significam também mais construções.

"Tem um fator muito interessante na construção civil. Ela é a que responde mais rápido aos investimentos, seja da iniciativa privada, seja do governo. Se o poder público libera hoje o empenho de uma ordem de serviço, ou seja, se liberar uma obra hoje, amanhã já há abertura de vagas no mercado de trabalho", explica Carvalho.

Mão-de-obra

A consequência dessa demanda é a falta de mão-de-obra. O problema é tão sério que, segundo ele, muitas empresas do setor estão contratando trabalhadores e oferecendo treinamento durante a obra.

O pedreiro Rosair Silva, de Palmas, nunca passou por qualquer um desses treinamentos. Mesmo assim, o trabalhador conta que não consegue atender a todos os clientes. "Se dependesse deles [dos clientes] eu não teria sábado, domingo ou feriado", comemora.

Silva é autônomo e ganha cerca de R$ 5 mil mensais. Ele não tem os benefícios da carteira assinada, como Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e Seguro Desemprego, em caso de demissão sem justa causa. Mas prefere trabalhar "por conta própria", pois faz seus próprios horários.

Escola

Mas para aqueles que preferem trabalhar fichados, e para amenizar a falta de qualificação dos trabalhadores do segmento da construção civil, o Sinduscon, em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), criou escolas para qualificar os trabalhadores do setor.

As Escolas da Construção Civil já existem nas cidades de Palmas, Araguaína e Gurupi, e oferecem cursos para pedreiro, pintor, armador, encanador, carpinteiro, mestre de obras, chefe de obras, entre outros.

Áreas

E quais áreas, dentro da construção civil, terão maior crescimento? "Todas as áreas vão crescer, não há dúvidas quanto a isso", responde o presidente do sindicato patronal. "Para o segmento habitacional existem recursos para quem ganha de zero a três salários mínimos, principalmente por causa dos subsídios do governo federal de quase 100% para essas residências", explica.

Além destes, para quem ganha de três a dez salários mínimos, também existem investimentos parciais do governo, com subsídios que vão até R$ 17 mil do Minha Casa, Minha Vida. São vários nichos de mercado que em Palmas tem demanda reprimida que vai crescer, na opinião do sindicalista.

Para ele, até mesmo as classes mais abastadas querem adquirir imóveis. "Até na classe A também existe demanda reprimida, seja de casa, apartamento ou condomínio fechado". A tendência da Capital, segundo ele, também pode ser observada nas principais cidades do interior, como Araguaína, Gurpi, Paraíso e Porto Nacional.

Infraestrutura

Já a área de infraestrutura, explica Caravalho, depende muito da liberação de recursos, das três esferas de governo: federal, estadual e municipal. "Enquanto não houver a retomada de pagamentos de obras que já foram executadas e novas ordens de serviço, a gente ainda não vai ter esse reflexo direto".

Porém, segundo ele, assim que houver a quitação desses débitos e a liberação de novas ordens de serviço e o pagamento, com certeza haverá um incremento muito grande, também, nesta área.
 
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